Das coisas que não se consegue controlar

Postado em: julho 19, 2010 por Marcio Carvalho em marcadores: , , , , , ,

Minha alma se perde em sonhos cada vez que vejo a lua.

Meu coração se perde em pedaços a cada despedida.

Minha cabeça se perde em pensamentos a cada frase que se perde na noite.

Meu corpo se perde em desejos a cada sugestão que sai dos lábios dela.

Meus caminhos se perdem em curvas, em olhares, em sussurros.

Meu destino se perde no tinto vinho.

Minha voz se perde em pedidos, em gemidos.

Minha vida, minha vida se perde em todas as coisas que não consigo controlar

Do que nunca conseguimos deixar

Postado em: julho 18, 2010 por Marcio Carvalho em

Segredos sórdidos se escondem por trás dos mais inocentes sorrisos.

Mas ainda assim, sob o protesto da parte de mim que ainda mantém sua sanidade e o mínimo de bom senso, eu me deixo fascinar.

Nice guy

Postado em: julho 14, 2010 por Marcio Carvalho em

Eu juro que tenho sido um cara muito, muito, muito legal, ultimamente.

Mas nem é tão divertido, assim...

Postado em: por Marcio Carvalho em

Não importa a quantidade de camas que tenha frequentado, a quantidade de pessoas que tenha colecionado.


No final do dia, eu acho muito mais importante ter por perto alguém que me fascine por causa dos detalhes, do sorriso, do olhar perdido, dos barulhinhos que faz, do carinho bobo.

Eu gosto de estar fascinado. É bom.

Da espera

Postado em: por Marcio Carvalho em marcadores: , , ,

Sua cama ficava voltada para a janela do quarto que dividia com o irmão. Ele gostava de ficar deitado ali, olhando o céu. Sempre gostara do céu.

Mas o maior espetáculo que essa visão proporcionava acontecia nos finais de tarde dos verões quentes  do Rio de Janeiro. Algumas vezes, o brilho do sol do final da tarde ficava subitamente mais forte. Tudo no mundo ficava brilhante. E a brisa fraca parava de circular.

O ar ficava opressivo, sobrecarregando os sentidos. E sabendo o que aconteceria em seguida, ele corria para a janela do quarto. No horizonte, imensas nuvens apareciam por trás dos morros. Gigantes que aos poucos iam tomando toda a visão do céu. Nuvens escuras, azul-acinzentadas moviam-se serpenteando suas formas mutantes.

O ar parado ficava carregado de uma eletricidade hipnotizante. O brilho ia cedendo espaço para a sombra que parecia tomar conta do mundo. As nuvens dançavam, mesclando-se umas às outras, revolucionando, brigando entre si.

O menino segurava a respiração, maravilhado com cada detalhe. Medo e admiração misturados.

De repente, um risco cortava o céu ao longe e o silêncio do mundo acaba.

E ele sempre pensava em Deus, quando olhava a tempestade.





O que vive em mim não sei expressar

Postado em: julho 11, 2010 por Marcio Carvalho em

Louco, apaixonado, criança, perdido.

Sou som, sou a noite, a lua e as estrelas.

Sou vida, sou coisas perdidas.

Sou nada, sou cada segredo.

Sou mistério, sou problema,

Sou o que é perdido.

Sou o que nunca vi.

Sou.

Jardim de delícias

Postado em: por Marcio Carvalho em

O dedo desliza na pele devagar.
O corpo responde, um arrepio, uma respiração entrecortada.
Uma espiral imaginária é desenhada na pele.
Aos poucos ele explora o corpo dela. Sem pressa, sem objetivos além de conhecê-la.
Ela fecha os olhos, viajando em seus sentidos, entregando-se aos poucos.
Eles nada falam. São todos olhares e sabores, odores e sons.

Não são amantes, não são homem e mulher.

São o amor e o desejo, são carne e alma, são vida e morte.

E o quarto é seu jardim.