Pedaços

Postado em: junho 16, 2010 por Marcio Carvalho em

Deixei um pedaço da minha alma na ponte, essa manhã. O brilho preguiçoso do sol invernal iluminava as águas, pintando-as de milhões de partículas brilhantes que se moviam com as ondas calmas da baía, enquanto o vento frio que entrava pela janela me fez acordar para as belezas escondidas nas coisas que vemos todos os dias.
As aves sobrevoavam os barcos de pesca às centenas, em busca de refeição fácil. Um ritual diário, mas que sempre me faz ficar curioso.

Lá embaixo, um pequeno barco com dois homens passa devagar, enquanto imagino como a mudança de perspectiva muda tudo. Estar lá embaixo, entre pilares enormes de cimento que sustentam todos os veículos que passam pela ponte todos os dias deve trazer uma forma totalmente diferente ao pensamento sobre o que o homem é capaz.

Ao longe um nevoeiro se espalha pela serra. As montanhas azuladas parecem emergir de um mar branco e silencioso.

Cada lado para onde olho é uma visão, uma sensação, uma divagação.

Deixo um pouco de minha alma ali, no movimento do mar, na dança dos pássaros, nos homens no barco, na névoa da montanha...