Do egoísmo

Postado em: fevereiro 27, 2011 por Marcio Carvalho em

Me deixa ser um egoísta, hoje.
Porque quero - ou preciso - dizer que eu queria dormir com você essa noite.
E sentir o seu cheiro no meu cheiro,
Sentir suas pernas entre as minhas pernas,
Seu lábio pedindo o meu lábio,
Sua língua na minha língua.

Queria ouvir o seu gemido nos meus ouvidos,
Sentir a sua unha na minha pele,
Meus dentes no seu pescoço.

Queria sentir o meu corpo dentro do seu corpo.
Queria sentir os seus olhos nos meus olhos.

Queria sentir você chamando o meu nome essa noite.

E depois, no silêncio, queria ouvir sua respiração serena de quem encontrou paz.
E sua cabeça encostada no meu peito.

E queria te chamar de meu amor, minha mulher, minha escrava, minha senhora.

Queria te escutar sonhar e se remexer na cama.

Queria essa noite te amar e te amar,
E te fazer esquecer.
E te fazer recordar de mim.

E te fazer minha.
Minha.

Minha.

Me deixa ser egoísta essa noite e querer o melhor de nós dois.
Me deixa te pedir pra ficar.
Me deixa te fazer feliz essa noite.

Não me deixa o silêncio, hoje.

Me deixa você.
Me dá essa que escapa pelos meus dedos todas as noites.

Minha alma febril chama você.
Só você é o veneno que me mata essa saudade vil.
Só da sua boca brota esse mel que me rouba a vida e me faz eterno.

Me deixa ser egoísta e gritar para você que nós somos a única coisa que faz sentido.
Pega na minha mão por hoje.
Só por hoje.

Me ama só por hoje.

Me deixa ser egoísta essa noite e dizer que eu queria te ouvir dizer
"Fica".